Já na antiguidade se utilizava um tipo de preservativo para evitar a gravidez e prevenir as denominadas "doenças venéreas" (provém de Vénus, deusa do Amor), que, hoje em dia, designamos por "Doenças Sexualmente Transmissíveis" (DST). Assim, por exemplo, sabe-se que no Egipto, 1000 anos antes de Cristo, já se usavam como preservativo bolsas de pano sobre o pénis.
O preservativo masculino é uma bolsa que é colocada sobre o pénis ereto ou um saco que é colocado dentro da vagina antes do início da relação sexual com penetração. Para o seu fabrico utilizam-se diversos materiais, como o látex ou o poliuretano. No aspeto de prevenir a gravidez, o preservativo masculino atua como barreira e evita que os espermatozoides consigam entrar em contacto com a vagina da mulher, evitando assim a fecundação do óvulo.
Quanto às DST, nomeadamente, a SIDA, convém saber que o preservativo, tanto o masculino como o preservativo feminino, é o único método que previne o contágio.
PRESERVATIVO MASCULINO
O preservativo masculino é uma bolsa fina, fechada numa das extremidades, elástica e resistente que é colocada no pénis ereto antes da relação com penetração. Quando se ejacula, o esperma fica na extremidade fechada, evitando a passagem do sémen para a cavidade vaginal.
Existem muitos tipos de preservativos. Podem ser de diversas cores, transparentes ou opacos e, inclusive, fluorescentes. Além disso, há preservativos largos ou justos; lisos ou com textura, para aumentar a sensação; com sabores (fruta, chocolate, etc.), para fazer sexo oral; mais grossos, para aumentar a sua resistência, ou mais finos, para aumentar a sensibilidade; com mais ou menos quantidade de lubrificante e com ou sem espermicida.
Para usar corretamente o preservativo, a primeira coisa a ter em conta é verificar a data de validade. Não se devem usar preservativos fora de prazo, já que, mesmo que o seu aspeto possa parecer normal, rompem-se com maior facilidade. Ao abrir a embalagem, cuidado para não o danificar, pelo que não é aconselhável usar tesouras, canivetes ou os dentes, e há que ter atenção para não o rasgar com as unhas.
Assim que o pénis fique ereto, antes de qualquer tipo de penetração ou de fricção entre o pénis e a vagina, a vulva ou o ânus, deve-se colocar o preservativo. É necessário comprovar se é possível desenrolar facilmente o preservativo e, em seguida, desenrolá-lo desde a ponta até à base do pénis, apertando previamente a ponta do preservativo (recetáculo) com a ponta dos dedos para não formar uma bolsa de ar que possa rompê-lo.
Depois retira-se o preservativo, segurando a base com os dedos, com cuidado para não derramar sémen. Antes de continuar o contacto íntimo com o parceiro, devem lavar as mãos e o pénis, uma vez que podem ficar restos de sémen.
PRESERVATIVO FEMININO
O preservativo feminino consiste numa bolsa fina, transparente e suave que é colocada na vagina da mulher antes da penetração, para que o pénis permaneça coberto durante o coito e o sémen possa ser armazenado ali.
Esta bolsa tem forma cilíndrica, está lubrificada e contém dois anéis, um em cada extremidade. O anel mais pequeno deve ser introduzido na vagina até à parte mais profunda, como se se estivesse a colocar um tampão ou um diafragma. O anel maior – juntamente com uma pequena parte do preservativo - deve permanecer no exterior da vagina, estendido sobre os grandes lábios da vulva.
O preservativo feminino deve ser sempre colocado antes da penetração ou antes do pénis ter contacto com a vagina ou a vulva. Durante a penetração, deve evitar-se a deslocação do preservativo sobre a vagina e assegurar-se de que o pénis não se posiciona entre o preservativo e a vagina.
Para o retirar, há que torcer o anel exterior e esticar suavemente, com cuidado para não derramar sémen. Também neste caso, antes de continuar o contacto íntimo com o parceiro, é essencial lavar as mãos e o pénis, já que podem ficar restos de sémen.
CONCLUSÕES
Se for corretamente utilizado ao longo de toda a relação sexual, o preservativo (tanto masculino como feminino) é um método contracetivo seguro (ainda que não infalível), para além de ser o único método contracetivo que previne o contágio das DST, nomeadamente, a SIDA.
Como contracetivo, o preservativo masculino atinge uma eficácia de 98-99%, isto é, ocorrem 1-2 gravidezes em cada 100 mulheres durante um ano. A eficácia do preservativo feminino é de 95%. Neste caso, ocorrem 5 gravidezes em cada 100 mulheres durante um ano.
Para aumentar a eficácia contracetiva do preservativo, é possível usar a proteção dupla, que consiste na prevenção simultânea de gravidezes não desejadas, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e contágio da SIDA, mediante o uso combinado do preservativo e do método contracetivo que se considere mais eficaz. Assim, por exemplo, não há inconveniente em usar simultaneamente a pílula e o preservativo.
Apesar das inúmeras vantagens do preservativo, que já citámos, às quais podemos acrescentar a grande facilidade com que pode ser adquirido, também apresenta alguns inconvenientes, já que a sua colocação pode interromper a dinâmica das relações sexuais, podem danificar-se quando usados em contacto com produtos gordurosos (vaselina, óleos, cremes corporais, etc.) e, no caso do preservativo feminino, o seu preço é relativamente elevado.
Os preservativos (tanto o masculino como o feminino) não podem ser reutilizados, há que usar um novo em cada penetração, devendo ser sempre deitados ao lixo, nunca na sanita. Não esquecer de verificar a data de validade e mantê-los afastados da luz e do calor, pelo que se deve evitar guardar o preservativo onde este se possa estragar (carteira, porta-luvas do automóvel, etc.).
Se, em algum momento, o preservativo se romper ou ficar retido na vagina, existe o risco de gravidez, pelo que, nestes casos, é aconselhável recorrer à contraceção pós-coital ou pílula do dia seguinte.
Artigo elaborado pelo Comité Médico de Saúde da Mulher Dexeus - Fundação Dexeus Saúde da Mulher.